- Área: 2740 m²
- Ano: 2017
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Fotografias:Paul Phung
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Fabricantes: Aluform, K-Line France, Serge Ferrari, Siplast
Descrição enviada pela equipe de projeto. Folie Divine é a primeira de duas "folies" planejadas para a cidade de Montpellier em seus terrenos abandonados, como continuação de uma história do século XVII, quando um aristocrata local e a burguesia encarregaram aos arquitetos a construção de grandes mansões espetaculares em torno de um jardim, como os Castelos de Flaugergues, o Mogere e o Mosson. Entretanto, nos jardins ingleses e franceses, a ideia de "Folie" possui uma história. Como uma ideia, a "folie", portanto, trabalha com essa questão mais além da mera praticidade.
A proposta de FMA para Folie Divine está baseada no entendimento de que a cidade de Montpellier, ao configurar a "folie" como resumo de um edifício residencial, questionava como o caráter lúdico da estrutura poderia ser utilizado como ferramenta crítica para gerar uma nova possibilidade para a arquitetura da moradia.
Terreno
O terreno está localizado na Îlot M2 dentro de Les Jardins da Lironde, uma área de desenvolvimento urbano na periferia de Montpellier, planejada por Christian de Portzamparc. A oeste, limitado por um rio e residencias ao norte, leste e oeste.
Dessa forma, o terreno desfruta de tranquilidade e de um agradável clima mediterrâneo.
Arquitetura: luxo como escolha
A arquitetura de Folie Divine desafia a noção típica do luxo residencial como sinônimo de uso de materiais custosos. Pelo contrário, redefine o luxo de três maneiras: uma variedade de opções espaciais mais além das habitações para complementar o estilo de vida único, a flexibilidade para modificar a casa quando seja necessário e, finalmente, a liberdade de desfrutar dos espaços interiores e exteriores do lar.
O pedido inicial apresentava cinco tipos de apartamentos diferentes. Folie Divine, através do seu conjunto único de placas de piso, varandas e estrutura, oferece aos seus residentes 36 tipos de apartamentos.
Volume: Sustentabilidade Ambiental
O edifício está desenhado como uma torre de 9 pavimentos (altura máxima permitida pelo plano diretor da área) a fim de gerar um impacto compacto e proporcionar aos apartamentos vistas ao mar e ao centro da cidade. Seu tamanho pequeno também permite que o resto do terreno seja utilizado como um jardim, conferindo ao edifício um ambiente similar ao de "Folie" criando apartamentos nas esquinas que são beneficiados pela ventilação cruzada natural. A concentração volumétrica do edifício, portanto, aumenta a sustentabilidade através de uma ocupação do solo reduzida.
Varandas: Privacidade, vida no interior e exterior, escolha, sustentabilidade ambiental
Para habilitar a vida interior e exterior, todos os apartamentos estão desenhados com varandas curvas que são estreitadas em cada extremo para evitar a necessidade de que os vizinhos abram as paredes laterais da sacada, o que geralmente obstrui as vistas laterais desde as varandas. Para evitar a sobreposição de vistas entre os vizinhos, as sacadas curvas estão estrategicamente localizadas de modo que cada uma desfrute de vistas de 180 graus evitando a varanda vizinha.
Além disso, são utilizadas quatro configurações de pavimentos diferentes, cada uma com diferentes localizações de varandas empilhadas em ordem alternada para garantir que as varandas vizinhas estejam separadas por dois níveis. Isso minimiza as vistas descendentes de um vizinho ao outro e cria a opção de dois tipos de varandas em todo o edifício: uma varanda de somente uma altura, sombreada por um nível superior e desenhada com cortinas exteriores para maior privacidade e proteção contra o vento, e uma sacada de altura dupla que se beneficia da exposição máxima ao sol e confere a possibilidade de manter as plantas mais altas.
Para reforçar a privacidade nas varandas, os parapeitos estão desenhados com pontos duplos de suporte, dispostos ao longo de duas linhas paralelas e deslocadas uma das outras. Os pontos duplos de suporte, em comparação com um único suporte, proporcionam vistas desde as varandas com maior transparência e minimizam as vistas desde o exterior, já que os pontos duplos de suporte geram um padrão tipo moiré quando são vistos obliquamente. O grau incomum de privacidade e escolha criado pela forma e localização das varandas, assim como os parapeitos moiré e cortinas exteriores, promoverá a vida interior e exterior. Como as varandas são quase tão privativas como os espaços interiores, elas podem ser utilizadas como uma extensão deles. Por exemplo, um residente solicitou que seja reforçada a estrutura da sua varanda para instalar um jacuzzi.
Estrutura e materialidade de construção: empoderamento do usuário
Para proporcionar aos residentes a opção de subdivisão de apartamentos seguindo seus estilos de vida únicos, a estrutura do edifício está localizada ao longo do núcleo vertical, das fachadas e da parede entre os apartamentos vizinhos, Portanto, os apartamentos não possuem uma estrutura de carga e permitem que os residentes reconfigurem seus interiores ao seu próprio ritmo a medida que mudam seus requisitos. Os proprietários iniciais personalizaram suas divisões interiores e, portanto, cada apartamento adquiriu um desenho único. Dois apartamentos também foram comprados por uma família e combinados em uma única residência.
Para minimizar a necessidade de manutenção do edifício ao longo do tempo e os custos associados que poderiam sobrecarregar os residentes, a envolvente do edifício está revestida com painéis de alumínio e vidro anodizado corrugado, enquanto os pisos de madeira são utilizados para as varandas.